E o “para sempre” é mesmo para sempre?

Marina Abramovic é uma artista plástica e performer, por sinal bastante conhecida e bastante controversa. Ulay é também um artista plástico e performer, sobretudo conhecido pelos anos em que passou com Marina.

Nos idos 70s, Marina conheceu, namorou, trabalhou e viveu com Ulay, com quem partilhou 13 anos de performances artísticas e de amor, vivendo ambos numa carrinha mundo fora. Um dia decidiram tomar rumos diferentes, tendo por então acordado entre si percorrerem a Muralha da China, começando um em cada extremidade até se encontrarem a meio, para partilharem um último abraço e seguirem as suas vidas. Depois de 2.500km percorridos, cada um, lá se encontraram a meio, cingindo-se apenas a partilharem um “adeus” para sempre.

Já em 2010, e quando Marina é já muito famosa e admirada, o Museum of Modern Art de Nova Iorque exibe uma espécie de best of da sua obra. No local, Marina partilha um minuto de silêncio com cada pessoa que se sente a sua frente. Inesperadamente, e sem o conhecimento de Marina, sentou-se Ulay.

E então, aconteceu isto. A carga emocional sente-se, transmite-se e materializa-se como uma agulha afiada furando à face da pele. Um momento tremendo.

9 thoughts on “E o “para sempre” é mesmo para sempre?

  1. Lia diz:

    Eu acredito em “para sempre” em casos como esse, que ao fim de 23 anos sem se verem, a cumplicidade que ainda os une, apenas num olhar, é quase palpável.

  2. Rui Pi diz:

    Adoro o trabalho desta senhora. Não sou um seguidor afincado mas aprecio bastante do que ela faz. Já tinha visto algo sobre este “The Artist is Present” mas só agora descobri este episódio em concreto. Lindo.

  3. Maria Misteriosa diz:

    O Amor é isto! Intenso, Incondicional, intemporal!
    (até eu chorei)

  4. carol diz:

    É dificil ficar indiferente…

  5. Oh pah, que arrepio! Que belíssima forma de fazer arte. Quão bela é a arte quando serve estes propósitos.

  6. Isto sim é um amor com A grande!!!

  7. Uba diz:

    Tremendo sempre. Apenas demonstra que o fim não representa realmente o fim. Há sempre algo que perdura. 🙂

  8. POC diz:

    Mais bonita foi a forma como resolveram despedir-se.

  9. Nancy diz:

    É para sempre por ter sido efémero.

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